Agora são Horas e Minutos - "Não existe situação desesperadora; existem pessoas que se desesperam com certas situações." (J. Odines) Obrigada pela sua visita

sexta-feira, 28 de março de 2008

CHEGA DE CHÁ DE CADEIRA


digo,
CHEGA DE SAUDADE - O FILME

Feliz da vida fui assistir ao badalado filme Chega de Saudade em uma sessão
para imprensa, no Rio de Janeiro. Brasília já tinha visto e dançado e a
sessão em São Paulo tinha sido na semana anterior. Finalmente havia chegado
a vez do Rio. É claro que nem tudo foi festa, começando pela minha chegada
no cinema errado quando rapidamente tive que ver meu email numa lan-house e
conferir o endereço. Chego então esbaforido e aguardo a sessão começar. Ao
contrário de sessão para video-locadores, a sessão para imprensa não tem
paparico algum, ótimo para a imparcialidade. Pela sinopse sabemos que o
filme retrata um típico baile da melhor idade paulistano e suas
idiossincrasias, com histórias cotidianas de seus frequentadores.

"Chega a hora do baile e, claro, temos os preparativos normais, gente
chegando, DJ arrumando equipamento e música começando a tocar. Ao chegar no
salão escuto um lindo samba instrumental e vejo o primeiros passos de dança
da noite. Pagode paulista era o que o casal estava dançando, claro, estou em
São Paulo, mas a maioria estava dançando o carioquissimo samba de gafieira.
Sentado e bem acomodado vejo o eterno campeão das pistas Álvaro chegando com
Alice. Estou com sede, tento chamar o garçon mas ele passa direto. Começa
então a tocar "Disritmia" na voz do próprio Martinho, afinal a banda ainda
não estava pronta e ainda estava na hora da música "mecânica". Aliás, eu
normalmente até prefiro música original com DJ do que banda, mas essa noite
a Ana ia cantar e a voz dela realmente vale a pena.

Quando então ela começa cantando "Não deixe o samba morrer", eu que já
estava com comichão para dançar começo a subir pelas paredes. Mas não tinha
dama do meu gosto e sou muito exigente, ainda mais agora que estou fora de
forma, se não tomar cuidado é mico na certa...
Eu tinha vindo por causa do Marquinhos, o DJ. Tinham me dito que ele mandava
bem. A Bel, sua namorada, tinha me adicionado no orkut no mês anterior. Só
que nem pude falar com ele porque ele estava preocupado com a Bel pois a
tinha trazido pela primeira vez ao baile e quando dava folga no som ele
sumia atrás dela. Também, trazer namorada que nunca dançou para baile é a
maior furada.
Pude então observar o baile, coisa que normalmente eu não fazia, pois sempre
que ia aos bailes eu dançava e não dava tempo de ficar prestando atenção.

Comecei a perceber o pessoal azarando na maior cara-de-pau e pouca-vergonha,
era beijo na boca, olhares furtivos, convites indecorosos, casais se
esfregando. Eu nunca tinha visto isso em anos de bailes no Rio de Janeiro.
Será que os bailes em São Paulo são diferentes ou eu é que só me preocupava
em dançar e não notava ?? É verdade que já tinha visto tudo aquilo antes,
mas nunca numa só noite. Tudo o que eu imaginava acontecer em festas raves
ou bailes funks estava acontecendo, inacreditável !!
Enfim, muitas surpresas e finalmente me toco que eu estava tomando o maior
chá de cadeira. Será que era por isso que eu comecei a achar que não
conhecia aquele lugar ? Afinal, eu só dançava em bailes e nunca observava
tão atentamente.

Ah, vejo o Ernesto vindo em minha direção. Ia finalmente perguntar o que
estava acontecendo mas ele passa direto, transtornado. O Eudes então, não
saía de perto de uma menininha que não dava para ver o rosto e não me deu
nem um oi. Acho que ele vai apanhar hoje, a Marici, que é cacho dele, estava
uma arara e com razão. Chega então o final do baile e meu primeiro chá de
cadeira. Passei o baile inteiro doido para dançar, parecia que ninguém me
via ali, sentado na platéia do cinema...."

Ao contrário de Brasília, na sessão que fui ninguém dançou...

Acredito ser este o primeiro filme brasileiro com tema específico de dança
de salão depois dos filmes da época da lambada. Felizmente no teatro temos
já várias peças realizadas e espero que este seja o primeiro de muitos
filmes. As histórias do filme ocorrem dentro de um salão de baile, mas estão
longe de serem histórias de dança, são histórias de vida, com alegrias e
tristezas inerentes ao ser humano.

Marco Antonio Perna
Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2008


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