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domingo, 15 de julho de 2007

TANGO ELETRONICO



TANGO ELETRONICO

O Tango encontra ares de renovação na Música Eletrônica

Nascido em Buenos Aires no fim do século 19, o Tango encontrou na Música Eletrônica ares de renovação que geram tanto temor quanto entusiasmo. "Tango Fusion", "TecnoTango" ou "Tango Eletrônico" são alguns dos nomes da nova tendência musical. Entre os precursores do "Tango Eletrônico", estão o Gotan Project e o Bajofondo Tango Club, liderados, respectivamente, pelo francês Phillippe Cohen-Solal, e Gustavo Santaolalla, candidato a um Oscar pela trilha sonora de "O segredo de Brokeback Mountain". O movimento se completa com grupos como Narcotango, Otros Aires, Ultratango, Tango Crash, San Telmo Lounge, Yira, Tanghetto y Malevo Sound Project, que vêm trazendo novas informações ao tango, cuja última renovação musical tinha se dado com Astor Piazzolla na década de 70.

De fato, enquanto alguns discutem se Piazzolla "é ou não tango", os criadores do TecnoTango vêem nele uma espécie de patrono que, se estivesse vivo, usaria computadores para fazer música. O Tango Eletrônico surge da fusão de instrumentos tradicionais do Tango, como o bandoneón, com computadores e samplers, seja em temas remixados, em composições totalmente novas ou utilizando fragmentos de canções clássicas do Tango. A grande pergunta é: "Trata-sede um subgênero do tango ou da música eletrônica?". A resposta depende de cada grupo. Enquanto Bajofondo e Gotan Project definem seu trabalho como música eletrônica, Miguel Di Génova, do Otros Aires, assegura que sua proposta é "90 por cento tango e o resto eletrônico".

O Otros Aires, que em suas apresentações ao vivo utiliza a videoarte, tem uma formação eclética, com gente que vem do tango, mas também com músicos que transitam pelo pop, ritmos latinos, rock e até o punk. Nas discotecas, o tango eletrônico costuma tocar no "After Hours", mas a proposta musical também tem chegado às "milongas", como são chamados os salões para bailar tango, onde, inclusive, está gerando novas formas da dança. Apesar de ter conquistado espaço próprio no VII Festival de Tango a ser realizado nos próximos dias em Buenos Aires, o Tango Fusion também coleciona críticas. Mais conciliador, o presidente do Ateneo Porteño del Tango, Segismundo Holzman, diz que "enquanto não se perder a essência do tango, tem que se respeitar o subgênero, que pode chegar a ser uma variante do tango como uma vez foi Piazzolla.

Fonte: Agência EFE

BUENOS AIRES - Nascido em Buenos Aires no fim do século 19, o tango encontrou na música eletrônica ares de renovação que geram tanto temor quanto entusiasmo. "Tango fusion", "tecnotango" ou "tango eletrônico" são alguns dos nomes da nova tendência musical.

Entre os precursores do "tango eletrônico", estão o Gotan Project e o Bajofondo Tango Club ( ouça aqui ), liderados, respectivamente, pelo francês Phillippe Cohen-Solal, e Gustavo Santaolalla, candidato a um Oscar pela trilha sonora de "O segredo de Brokeback Mountain". O movimento se completa com grupos como Narcotango, Otros Aires, Ultratango, Tango Crash, San Telmo Lounge, Yira, Tanghetto y Malevo Sound Project, que vêm trazendo novas informações ao tango, cuja última renovação musical tinha se dado com Astor Piazzolla na década de 70.
Ouçam as músicas abaixo: Gotan Tango
Una Musica Brutal
Bajofondo - Gotan Project
Mi Corazón

De fato, enquanto alguns discutem se Piazzolla "é ou não tango", os criadores do tecnotango vêem nele uma espécie de patrono que, se estivesse vivo, usaria computadores para fazer música.

- O tango estava aprisionado e o perigo de uma cultura é se converter numa tradição imutável. Esta mudança demonstra que ainda pode haver novas expressões dentro do tango. Mas isso gerou polêmicas, adesões, rancores e ódios - diz Carlos Libedinsky, líder do Narcotango.

O tango eletrônico surge da fusão de instrumentos tradicionais do tango, como o bandoneón, com computadores e samplers, seja em temas remixados, em composições totalmente novas ou utilizando fragmentos de canções clássicas do tango.

A grande pergunta é: "Trata-sede um subgênero do tango ou da música eletrônica?". A resposta depende de cada grupo. Enquanto Bajofondo e Gotan Project ( ouça ) definem seu trabalho como música eletrônica, Miguel Di Génova, do Otros Aires, assegura que sua proposta é "90 por cento tango e o resto eletrônico".


- Alguns fazem música eletrônica e põem toques de tango, mas conservam a identidade própria do som eletrônico. Outros fazem tango misturado com a música eletrônica, mas na base trazem a típica vibração tangueira, melancólica. Nós conservamos o som áspero do tango dos anos 30 e 40 - explica Di Génova.

O Otros Aires, que em suas apresentações ao vivo utiliza a videoarte, tem uma formação eclética, com gente que vem do tango, mas também com músicos que transitam pelo pop, ritmos latinos, rock e até o punk.

Nas discotecas, o tango eletrônico costuma tocar no "after hours", mas a proposta musical também tem chegado às "milongas", como são chamados os salões para bailar tango, onde, inclusive, está gerando novas formas da dança.

Apesar de ter conquistado espaço próprio no VII Festival de Tango a ser realizado nos próximos dias em Buenos Aires, o tango fusion também coleciona críticas.

- Os eletrônicos são os filhos não reconhecidos de Piazzolla. Pegaram o pior dele. Não há a riqueza de melodias internas e há percussão excessiva - opina Gustavo Benzecry Sabá, bailarino e autor de "Glossário da dança de tango".

Para Benzecry Sabá, simplesmente, não é tango:

- É música eletrônica con bandoneón. Se se tira o bandoneón, restam apenas sons eletrônicos. Já o tango, sem bandoneón, continua tango.

Mais conciliador, o presidente do Ateneo Porteño del Tango, Segismundo Holzman, diz que "enquanto não se perder a essência do tango, tem que se respeitar o subgênero, que pode chegar a ser uma variante do tango como uma vez foi Piazzolla.

- Mas o tango é sangue, vem das raízes, e em muitos desses grupos não há a essência do tango - sustenta, para atiçar a aparentemente interminável polémica.


Fonte: OGlobo Online